Uma equipe da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) realizou, nesta quarta-feira, 25, uma visita institucional à Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu (PR), considerada a maior usina hidrelétrica do mundo em produção de energia. O grupo, liderado pelo diretor de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos da Semarh, Aldo Araújo de Azevedo, está no Paraná para participação no XXIV ENCOB – Encontro Nacional dos Comitês de Bacias Hidrográficas, que termina no dia 26.
Durante a visita guiada, o grupo conheceu de perto a grandiosa estrutura da usina, passando pelo vertedouro, que tem como função descarregar a água não utilizada para geração, o reservatório da barragem, um imenso lago com 1.350 km² de área inundada e 170 km de extensão, chegando até à casa de força, que concentra os equipamentos eletromecânicos responsáveis pela produção de energia. Além do Tocantins, representantes do Estado de Goiás e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) também acompanharam a visita.
Para o diretor Aldo Azevedo, a usina de Itaipu é um exemplo de um empreendimento que gera energia limpa e renovável com potencial para outras atividades de usos múltiplos dos recursos hídricos, baixo impacto e com uma política de sustentabilidade efetiva. “Nós temos, em escala menor, no Lago de Palmas, uma usina de geração de energia hidrelétrica. E a gente viu que os projetos básicos ambientais não foram bem executados, os municípios que foram atingidos pelo lago tiveram pouca compensação e os projetos não foram executados a contento. Então é bom a gente pegar Itaipu como exemplo, levar pra lá e tentar reabrir esse tipo de debate, buscar projetos permanentes de compensação ambiental pelo uso dos recursos hídricos como é feito aqui”, afirma.
Itaipu adotou um modelo de gestão para suas ações socioambientais que incluem projetos de educação ambiental, monitoramento, gestão de resíduos e agricultura sustentável, entre vários outros. A usina realiza ainda programas de proteção de fauna e flora, como por exemplo o Canal da Piracema, um sistema de 10 km de extensão que funciona como um corredor ecológico que permite aos peixes migradores superar os 120 metros de desnível médio da barragem de Itaipu e alcançar as áreas de reprodução na planície do Alto Rio Paraná e no Parque Nacional de Ilha Grande.
Tratado internacional
Localizada num trecho de fronteira do Rio Paraná, a usina hidrelétrica de Itaipu começou a ser pensada ainda na década de 1960, quando foram assinados os primeiros acordos de cooperação entre Brasil e Paraguai. O local escolhido para a construção foi um ponto do rio conhecido como Itaipu, que em tupi quer dizer “a pedra que canta”. A formalização do empreendimento se deu com a assinatura do tratado de 1973, que estabeleceu os pontos para o financiamento da obra e a operação da empresa, num modelo de sociedade binacional, pertencente às duas nações em partes iguais. Pelo documento, cada um dos países tem direito a 50% da energia produzida. Caso uma das partes não use toda a cota, deve vender o excedente ao parceiro a preço de custo.
Com 20 unidades geradoras e 14 gigawatts (GW) de potência instalada, Itaipu fornece cerca de 10,8% da energia consumida no Brasil e 88,5% do consumo paraguaio. É a maior geradora de energia limpa e renovável do planeta, tendo produzido mais de 2,7 milhões de GWh desde o início de sua operação.